segunda-feira, 28 de março de 2011

Falsos pressupostos

É alimentado no homem, no atual sistema - que deve-se dizer, econômico - um falso sentimento de liberdade - até mesmo pela forma livre mercado por qual este sistema se apresenta.
No micro-cosmo, isso faz com que o homem, trabalhador, submetido a uma sociedade configurada em classes, sinta que será capaz de ascender socialmente com trabalho - lembrando que há desperdício das forças produtivas, por conta da divisão irracional desses fazeres, como também por conta do próprio conteúdo do fazer - quando na verdade a própria divisão de classes não possui essa permeabilidade, ficando este homem legado a sua condição.
No macro-cosmo, a burguesia nacional também alimenta de alguma forma esse sentimento por meio da falsa ideia de que há chances de "vencer" a competição de mercado, quando na verdade está também submetida ao capital estrangeiro, às potências mundiais que inevitavelmente a devora com seus monopólios.
É importante destacar ainda que essas falsas ideias são alimentadas para que se viva a serviço das referidas potências. Em certa medida, continuam a existir as metrópolis e as colônias, sendo estas as fornecedoras da matéria-prima - hoje mais sofisticada - e da mão de obra.
Através da observação desse sistema devorador, vemos que há ainda uma forte ligação do homem atual - munido da racionalidade e ciência - ao primitivismo que, longe de, neste caso, se tratar da beleza dos povos bárbaros com seus rituais, trata-se sim da expressão do que há de mais baixo no homem submetido primordialmente a seus instintos.

2 comentários:

Unknown disse...

Pois é minha amiga, a sociedade medíocre (no sentido de média mesmo/também rs) busca essa tal vitória, dinheiro, subir de classe não percebendo que são apenas peças desse jogo chamado capitalismo. Ainda neste jogo, o tão desejado progresso traz sempre dor e claros "regressos" numa perspectiva não individualista (seja intelectual, social) O "vencedor" é alienado.

Isaura Ogawa disse...

É o mito da mobilidade social que transformou a modernidade no que somos hoje...